Resolução de conflitos no ambiente escolar e familiar

09 de Dezembro, 2021

A escola e a família são ambientes propícios para o exercício de resolução de conflitos, pois a interação em grupos é constante. Nesse processo de intermediação não existe certo ou errado, tudo vai depender do que queremos transformar e em quais situações. O essencial é manter essas relações saudáveis e humanas. A missão é converter qualquer situação difícil em aprendizado. Além disso, o mediador de conflitos deve atuar com ética, sem reproduzir exclusões, estereótipos e quaisquer tipos de discriminação. Ao analisar as singularidades de cada situação, chegaremos a estratégias e ações para cada aluno e a intenção final é validar o melhor dos envolvidos. A escola deve pensar em uma maneira pedagógica que ensina o processo de transmissão de atitudes e valores. Para isso, utiliza-se mecanismos socioemocionais que estimulam a autorreflexão, fortalecimento do eu, entendimento de suas capacidades e disponibilização de ferramentas para facilitar esse trabalho. O despertar da necessidade de estabelecer acordos para conviver de forma harmoniosa e a abertura de espaço para diálogo sem julgamentos, o cultivar aspectos positivos e não negativos e mostrar as vantagens da cultura de paz são construídos com ações cotidianas, nos ambientes de convivência e na criação de espaços inclusivos e integradores. Na família, deve-se repensar nas posições e atitudes como relações, valores, ética e respeito à diversidade. A longo prazo essas mudanças facilitam a transformação no convívio e regulam os vínculos. A compreensão dos relacionamentos, reconhecimento das diversidades, a capacidade de entender e aceitar outros pontos de vista são facilitadores na prevenção de conflitos e resoluções dos mesmos. Concluímos, então, que cada família é marcada por modelos e rotinas diversas, que devem ser analisados antes de intermediar um conflito e determinar a forma de enfrentá-los. Devemos também nos atentar em qual fase os filhos estão e por quais mudanças as famílias estão passando, pois, em cada uma delas existe um tipo de conflito relacionado à faixa etária.

É impossível que não existam disputas de interesse em uma sociedade. As atitudes dos envolvidos devem ser de responsabilidade e protagonismo para resolver seus problemas. Nesse caminho à democracia, o diagnóstico das situações e interpretação das informações são de suma importância. No momento que identificamos um conflito devemos deter sua evolução, melhorar a convivência, evitar as disputas, incentivar o diálogo entre as partes para que os benefícios sejam recíprocos. Alguns conflitos de relacionamento estão associados a pouca ou nenhuma comunicação. Os interpessoais acontecem por ideias, pensamento, ideologias diferentes e por suas incompatibilidades. Esses estão relacionados à dinâmica, competitividade e possessividade. Uma das soluções é aprender a escutar, ter empatia, ajudar, compartilhar seus segredos e ser consciente de suas próprias qualidades. O ambiente físico e emocional seguro também é de essencial importância para que nele exista confiança e, dessa forma, as partes expressem com honestidade seus pensamentos e sentimentos.
Devemos mostrar para as crianças que, desde cedo, elas podem e devem ter um papel importante na pacificação do mundo, transformando pequenas atitudes em grandes ações. Fazendo uso das estratégias citadas acima, diminuímos a hostilidade de palavras e ações e conquistamos um melhor controle emocional. Criar um ambiente generoso e gentil, valorizar as práticas de tolerância e validar comportamentos positivos, tem papel fundamental nesse processo. Não podemos nos esquecer dos Programas Institucionais que propõem a transformação interpessoal no âmbito escolar e familiar. No colégio Anglo Morumbi trabalhamos com o Líder em Mim, programa que trabalha as habilidades socioemocionais dos nossos alunos e equipe em geral. Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes ensina conceitos, habilidades, ferramentas e competências, trazendo para a escola a cultura de pacificação e protagonismo do aluno. Desta forma, acreditamos que podemos transformar a realidade dos nossos alunos e de nossas famílias.


Daniela Biancolini é professora dos anos iniciais do Colégio Anglo Morumbi