Desenvolvimento motor e a alfabetização: qual a relação?

08 de Novembro, 2023

Aqui no colégio Anglo Morumbi sabemos o quanto é importante o desenvolvimento motor dos nossos alunos desde cedo para que estejam preparados no processo da alfabetização atingindo os objetivos de forma plena e eficaz.

A atividade motora, fundamenta o processo de alfabetização, levando a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade e a dominar o seu tempo.

O desenvolvimento motor é um processo de alterações complexas que se interligam. Além disso, fazem parte de todos os aspectos do crescimento e maturação.

A psicomotricidade está incluída como papel primordial na alfabetização e, através dela, as crianças conseguem o domínio do corpo e da escrita.

Massinha, costura e bordados, colagens com letrinhas de macarrão, grãos, miçangas. O que tudo isso tem em comum? São todas atividades interessantes capazes de ajudar a desenvolver a coordenação motora fina, sem a necessidade de realizar exercícios maçantes e repetitivos que deixam as crianças cansadas.

E, sabe-se, a coordenação motora fina, que é a capacidade de coordenar movimentos decorrente da integração entre cérebro, músculos e articulações, é uma habilidade fundamental para o processo da alfabetização.

O professor alfabetizador precisa estar atento, pois o corpo e a mente são indissociáveis para o processo de aquisição da leitura e da escrita, sendo necessário promover atividades psicomotoras que despertem no aluno a curiosidade e o gosto pela leitura.

O desenvolvimento motor torna-se importante no processo da alfabetização e é essencial na prevenção de problemas de aprendizagem, como a má concentração, confusão no reconhecimento das palavras, confusão com as letras e sílabas e outras dificuldades relacionadas à alfabetização.

Alfabetizá-las com a valorização motora traz grandes benefícios para toda a vida escolar do aluno.

Manipular de forma correta um lápis não é algo nato. Precisa ser aprendido, e essa é a tarefa número um do processo de alfabetização infantil. Se a coordenação motora fina for bem-sucedida, será mais fácil passar, em breve, escrever com o lápis. Exercitar as mãos de modo coordenado, portanto, é imperativo. Isso deve ser feito de modo criativo e criterioso. É preciso atentar para os detalhes desse processo. Ensinar desde cedo a pegar corretamente no lápis, por exemplo, é muito importante. Pensando nisso, até o tamanho do objeto faz diferença e evita problemas ergonômicos e de caligrafia. É fato que a criança que segura o lápis errado costuma se cansar mais ao resolver as tarefas - tentar usar um toquinho de lápis pode exigir um esforço muscular muito maior do aluno. Por outro lado, um lápis muito longo pode tornar a escrita instável e difícil. A partir daí, vale incentivar um conjunto de prática como recortar, pintar, desenhar, apertar e bater palmas de modo ritmado, colocando em prática competências fundamentais para o desenvolvimento cognitivo da criança, entre elas a atenção, a manutenção da atenção, a sequência, a memória e a imitação. Estudos mostram a importância da atividade motora em lugar do uso indiscriminado de tecnologias, pelo menos nessa fase da primeira infância. Várias pesquisas provam que a criança em fase de alfabetização que é exposta ao uso de lápis ou giz de cera apresenta muito mais ativação neurológica, se comparada a outra que utiliza um tablet. Isso revela como o movimento das mãos (mais incentivado pelo uso do lápis) determina o estímulo a competências mais efetivas. O processo de alfabetização é complexo, por isso é muito importante preparar as crianças para ele. Antes de chegar na fase da alfabetização, as crianças precisam desenvolver suas habilidades psicomotoras, se faz necessário que frequentem ambientes estimulantes, para que possam vivenciar e fomentar habilidades diversas.

A Educação não se limita apenas a ler e a escrever. Primeiramente, as mãos e o corpo precisam ser estimulados.


Renata Castilho